sexta-feira, 31 de outubro de 2008

E Viveram Felizes Para Sempre...

O casamento é uma coisa sagrada. Um sacramento. Uma união de duas pessoas que se amam, com o objectivo supremo de constituir família. Aquando da fundação do Reino, as coisas eram feitas mais aos olhos de Deus, e com o passar do tempo, chegamos aos nossos dias em que se trata apenas de um simples contrato. Independentemente das crenças, e creio que D. Afonso concordaria comigo, não estamos melhor. Entretanto, chega o divórcio…

Do latim divortium, (podia bem ser divertium!) este outro contrato, começa a proliferar, havendo nos dias que correm uma taxa de divórcio de 48% no nosso país. É quase como atirar uma moeda ao ar! Há países mais “desenvolvidos” em que as taxas são da ordem dos 65%! Quase dois terços! Quer dizer que houve um terço que teve azar, e a morte chegou antes que eles tivessem oportunidade para se divorciar!

Fiquei espantado, mas há vários sites exclusivamente dedicados a divórcios! Mas divórcios online! Fará mais sentido, uma vez que já não vivem juntos?! Divorciam-se na net!? O meu link preferido é “recomendar este site a um amigo”. E porque não ao marido!?

Num futuro mais ou menos próximo, o sistema de vida social, como era o dos nossos pais, vai acabar. Como tudo é descartável, um ser humano vive com outro durante uns anos, até se fartar. Depois troca, e faz mais uns anos. O casamento como o conhecemos vai deixar de fazer sentido. A minha sugestão é uma reforma do contrato de casamento. Que o princípio da liberdade contratual possa permitir ao casamento que se torne um contrato a termo. Por exemplo, um contrato de três anos, prorrogável continuamente por períodos não inferiores a um ano, quando não denunciado por um dos contraentes com pré-aviso (carta registada) de antecedência mínima de trinta dias (um mês deve chegar). Vai acontecer: "Esqueci-me de pôr os papéis! Vou ter de aturá-la mais um ano!" Seria como os passes dos jogadores de futebol: “Assinei por três anos!”. Hoje ninguém quer ninguém a envelhecer ao lado, por isso vai-se fazendo reciclagem conjugal até estarmos tão velhos, que a única pessoa que nos pega também tem a nossa idade… Com o passar dos anos, a Igreja, que também vai perdendo clientes, vai ter de se adaptar a esta nova realidade e também terá de reformular a sua visão do sacramento casamento. Se assim não for, daqui a uns anos, numa igreja, poder-se-á ouvir o padre em liturgia: “Até que o divórcio vos separe…” – Pelo menos é o que ele vai estar a pensar!

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