quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Conta, Por Favor

“Não há almoços grátis” é um grande chavão da economia e dos economistas. Na verdade, não há almoços grátis, mas há almoços mais lucrativos que outros. Claro que os economistas ilustres gostam mais é de comer que de servir almoços, então pensam apenas do lado do cliente e olvidam a vertente do fornecedor.
Claro que para os empresários da restauração, principalmente aqueles que vendem fiado, isto nem sempre é verdade. Quando acontece um calote, há que subir as margens para cobrir as despesas e riscos futuros. No fundo, neste e noutros negócios, quem paga, paga pelos que pagam e pelos que não pagam, ou o restaurante tem de fechar. Mas no fim de tudo, afinal sempre houve alguém que almoçou de graça.
O volume de calotes que acontecem em cada restaurante, depende não só da clientela, como também da época. Há anos em que há mais calotes que outros. Nesses anos, a indústria da restauração ganha menos dinheiro. Porque o número de calotes esperados era menor, há prejuízos.
Como nos dias que correm, tanto é opção pagar, como não pagar, aumentam as coberturas de risco, e aumentam os preços das coisas. As economias do mundo inteiro estão mais enfraquecidas. Como os empresários da restauração pediram fiado aos bancos, estes têm também de aumentar os preços (taxas de juro) e fechar a torneira do crédito. O mundo chegou onde chegou, porque todos estes agentes foram aconselhados por ilustres economistas, que gostam mesmo é de almoçar. Já estava na altura destes senhores ilustres abrirem outras torneiras, e dedicarem-se mas é a lavar pratos, porque trabalhar nunca fez mal a ninguém!

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