terça-feira, 3 de março de 2009

As Tábuas da Lei

Os homens são todos iguais, mas há uns mais iguais que outros. Aos olhos da lei, os homens pretendem ser iguais, mas esquecem-se que a lei é criada por uns homens para ser aplicada por outros homens sobre homens. Logo à partida, está tudo errado. Não há dois homens iguais. Eu não sou igual a ninguém, e não há duas pessoas que me vejam da mesma maneira. Todos somos únicos e insubstituíveis. Alguém um dia disse que até os cemitérios estão cheios com pessoas insubstituíveis...

Nem mesmo nos cânones do Direito, somos todos iguais. O Sr. Moisés, quando desceu do Monte Sinai, não trouxe nada sobre a cobiça do homem da próxima. Mas a mulher alheia já é incobiçável! Isto faz-me lembrar certas leis desenhadas à medida do legislador, quase por encomenda. Coisas como a reforma do código de processo penal, que trouxe 2000 presos preventivos para a rua (foram todos directamente para a missa!) que até deram jeito a certos deputados casapianos. Os deputados casapianos, ou os apresentadores casapianos, ou os embaixadores casapianos também não são iguais perante a lei. Ou o problema é que até são... Todos gostam de “embaixar” as calças dos meninos e todos passam impunes. Uns até recebem indemnizações...

A nova lei do divórcio é outro exemplo. Quem foram os deputados que nessa fase estavam em processo de divórcio, ou em vias de um? Isso até deve ser fácil de descobrir, mas como entre ex-marido e ex-mulher não se mete a colher, ninguém vai verificar... Cada bancada parlamentar tem inúmeros advogados de carreira, que nas horas vagas (na vida de um deputado há 24 horas vagas por dia...) aprovam as leis que dão mais jeito ao seu escritório.

O Sr. Moisés foi o grande mentor dessa grande profissão que é o deputado. Depois do Monte Sinai, ainda andou 40 anos a vaguear pelo deserto. Agora com certas optimizações, bastam duas legislaturas para ter uma reforma completa. Se Moisés fosse brasileiro, olhava para este mundo e suspirava: “Que Legal!”

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